“Estamos trazendo para a Casa do Povo um pouco da história de um sindicato que contribuiu, durante sete décadas, para o desenvolvimento da Bahia, com a luta de classe, por direitos dos trabalhadores e também pela democracia”, pontuou o legislador. O petista considera que atuar no sindicato é um ponto importante para o avanço da luta, mas não é suficiente, sendo necessária a mobilização política. “É fundamental as lideranças sindicais e a classe trabalhadora buscarem a ocupação de espaços nos parlamentos municipais, estaduais e federais e também no Poder Executivo, como temos o presidente Lula que governa o país, para que os direitos e os temas de nosso interesse sejam pautados, discutidos e defendidos, de modo a construir melhores condições de vida para a população”, pontuou.

RECOMPOSIÇÃO

“Quando as vozes dos trabalhadores e das trabalhadoras se erguem, o silêncio se faz na indústria. Mostramos que, sem nós, tudo para”. Esta mensagem, exibida em um vídeo com a retrospectiva de algumas lutas do Sindipetro, faz parte da memória de Elizabete Sacramento, a primeira mulher a comandar o Sindipetro-BA. Jovem e negra, a coordenadora-geral está na frente de uma categoria que tem 80 % dos seus trabalhadores do sexo masculino. No seu pronunciamento, a dirigente destacou as históricas lutas do sindicato, a exemplo da campanha “O Petróleo é Nosso”; a greve de 1983, com a demissão de muitos funcionários; a greve na década de 90, quando houve a quebra do monopólio; e a batalha dos últimos anos contra o desmonte e a entrega do sistema Petrobras. “Aqui, na Bahia, perdemos a Refinaria Landulpho Alves, em Mataripe, alguns terminais e a Fafen (Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados), que está arrendada ao Grupo Unigel. Então, a luta é para recompor todo este sistema”, salientou Elizabete.

PRIVATIZAÇÃO

A Federação Única dos Petroleiros (FUP), que tem na coordenação-geral Deyvid Bacelar, é parceira do Sindipetro-BA encampando a luta pela reabertura da fábrica de fertilizante em Camaçari e pela reestatização da Rlam, sendo relevante que a Petrobras volte a ter este controle. “Estamos falando de uma questão essencial para toda a sociedade, que não aguenta mais conviver com os altos preços dos combustíveis que pagamos por conta da privatização”, ressaltou. Bacelar explicou que o polo petroquímico baiano vem sofrendo muito com esta situação, porque compra os derivados de petróleo a preços muito mais altos do que outras refinarias da Petrobras vendem no mercado para outros polos petroquímicos. “O presidente Lula já mudou a política de preços dos combustíveis em âmbito nacional, mas a Acelen continua praticando o PPI (Preço de Paridade de Importação), prejudicando o povo baiano”, arrematou o coordenador-geral da FUP.

CASE

Deputado estadual licenciado e atual secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Angelo Almeida compareceu à homenagem como representante do governador Jerônimo Rodrigues. O chefe da pasta do SDE-BA disse que o Sindipetro “é um case que tem essa força representativa, no momento em que, em pleno século XXI, quando se discute a transição energética e ecológica, a gente vê o sindicato cada vez mais organizado e forte em defesa dos trabalhadores, celebrando 70 anos de muitas lutas e vitórias”. O secretário Angelo Almeida revelou também que o governador Jerônimo acompanha atentamente a principal reivindicação da categoria, tendo recentemente, ao lado de secretários, participado de uma reunião, dialogando com a presidente da Petrobras, Magda Chambriard. “É um assunto que ainda está incipiente, pois existem detalhes, com interesses de Estado, tanto do governo nacional quanto estadual. É um tema que vem sendo tratado com muito cuidado e zelo, mas esperamos que a Bahia possa ter, em breve, a retomada com força do papel da Petrobras no desenvolvimento econômico do Estado”, afirmou o secretário.

O deputado Hilton Coelho (Psol) também marcou presença na sessão especial, que contou ainda com a participação do ex-deputado federal, o jornalista e professor da Faculdade de Comunicação da Ufba, Emiliano José, e o ex-deputado federal Nelson Pellegrino, conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM-BA). Além das personalidades citadas, a mesa dos trabalhos foi composta pelo professor José Lôbo, coordenador da Superintendência de Meio Ambiente da Ufba; a defensora pública Mônica Aragão; o representante da Confederação Nacional dos Químicos (CNQ), Josué Pereira; o diretor do Dieese-BA, Gustavo Ribeiro; a presidente da CUT-BA, Madalena Firmo, a diretora do Movimento Pequenos Agricultores (MPA), Sayane Santos; e o candidato a vereador pelo PT de Salvador, Djair Santana.