O deputado Hilton Coelho (Psol) inseriu, nos anais da Casa Legislativa, uma moção de solidariedade a Lindinalva Barbosa, Omorixá Oyá doTerreiro do Cobre, em Salvador. Na madrugada de segunda-feira (9), Lindinalva Barbosa foi vítima de racismo religioso no Aeroporto Internacional do Ceará. Apesar de ter passado pelos detectores desegurança, Lindinalva foi abordada ao se dirigir à área deembarque e, de forma constrangedora, foi instruída a remover o torçode sua cabeça antes de embarcar. Esse ato de discriminação foirealizado publicamente, diante de outros passageiros, expondoLindinalva a um constrangimento desnecessário.
A situação ganhou visibilidade graças às filmagens divulgadas nas redes sociais, que trouxeram à tona mais um caso inaceitável de intolerância religiosa no Brasil.
“Expressamos nossa solidariedadea Lindinalva Barbosa e reafirmamos que, em um país que se declara laico, nenhuma fé deve ser desrespeitada ou marginalizada. Pessoas adeptas de religiões de matriz africana enfrentam ataques constantes motivados pela intolerância e pelo racismo, que tentam cercear a liberdade de suas práticas espirituais e violam seus direitos fundamentais. Não aceitaremos que a liberdade religiosa seja violada. A sociedade não pode se calar diante da ignorância que alimenta essas intolerâncias”, afirma Hilton Coelho.
A Omorixá Oyá Lindinalva Barbosa retornava a Salvador, após ser palestrante do “Samba de Axé Levanta Terreiro”, evento ocorridono sábado (7). Como Egbon do Terreiro do Cobre, foi convidada para participar do encontro com várias lideranças do movimento negro, quilombolas, das religiões de matriz africana, instituições públicas também de defesa dos direitos humanos, que aconteceu em Fortaleza. De Salvador para o Ceará, ela viajou normalmente usando otorço, turbante característico das pessoas que são de religiõesde matriz africana, uma indumentária religiosa, além de ser também uma vestimenta cultural que tem toda uma vinculação a cultura negra, a cultura afro-religiosa, a cultura africana, afro-brasileira.
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