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Comissão quer resolver impasse com sem-terra

Publicado em: 24/08/2005 09:08
Editoria: Diário Oficial

Agricultura busca avançar o processo de desapropriação da Fazenda Buriti, em Feira da Mata
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A Comissão de Agricultura e Política Rural da Assembléia Legislativa vai realizar todas as gestões para que o impasse que envolve sem-terra e o proprietário da Fazenda Buriti, em Feira da Mata, seja resolvido o mais rapidamente possível. Para conseguir tal objetivo, o colegiado irá encaminhar solicitações à Justiça e ao Incra para a "mais breve resolução do problema". Esta garantia foi dada ontem pela presidente do colegiado, Jusmari Oliveira (PFL), depois da realização de uma audiência pública que tratou da questão.

O problema na fazenda começou há cerca de sete anos, quando os trabalhadores começaram a luta pela desapropriação, argumentando que a mesma era improdutiva. Depois de muita mobilização, eles conseguiram que, no final de 2003, depois de vistoria do Incra, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinasse o decreto de desapropriação. No entanto, o proprietário Sebastião Pereira entendeu que suas terras foram subavaliadas e entrou na Justiça, conseguindo uma liminar na 7a Vara da Justiça Federal, que suspendeu o processo de desapropriação.

Na reunião de ontem, que contou com a participação de trabalhadores e do representante do Incra, Ernesto Santana dos Reis, o presidente da Associação dos Amigos dos Sem-Terra, Jesuíno Martins Filho, garantiu que os argumentos usados pelo proprietário para conseguir a liminar "não se sustentam". "Temos fotos que mostram que a fazenda é improdutiva, não tendo nem 20% de sua área beneficiada. Conheço aquilo de ponta a ponta, pois ali nasci e me criei", relatou, acrescentando que os outros trabalhadores rurais presentes à sessão poderiam confirmar tal testemunho.

O presidente da associação disse ainda que o objetivo dos sem-terra é "apenas trabalhar para garantir o sustento. Nosso pleito é o pleito de 66 famílias, que estão dispostas a ganhar a vida com o suor do rosto. Só lutamos por justiça", desabafou.



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