Deus foi injusto com os outros estados, quando criou a Bahia, não só pelas belezas da terra como também pela sua gente. O elogio foi feito ontem pelo mineiro José Mário Malaguti, procurando mostrar o quanto gosta do lugar, em pronunciamento proferido pouco depois de ser agraciado com o título honorífico de Cidadão Baiano. Ele contou que "seu caso de amor" com o estado se confunde com a própria carreira na Belgo, empresa que o enviou para cá, em 1977, para ocupar a gerência de vendas para o Nordeste.
Malaguti deu um tom bem leve ao seu pronunciamento, arrancou sorrisos da platéia, logo nas primeiras palavras, ao sacar uma pequena folha de papel do bolso, completando que era uma satisfação, para quem ia ouvir, observar que o orador tem poucas folhas na mão, ou seja, um discurso breve. Dizendo-se bastante honrado e sensibilizado com a homenagem da Assembléia Legislativa, ele contou sua surpresa ao ser informado pela deputada Eliana Boaventura que iria ser-lhe oferecido o título.
Mostrando que a humildade é característica dos grandes, o executivo fez questão de dividir a honraria com os colegas da empresa que hoje preside. Ele não poupou elogios à qualidade do trabalhador baiano, particularmente o de Feira de Santana, "que não deixa a dever em nada aos de Belo Horizonte e São Paulo". Ele destacou ainda o altíssimo índice de satisfação entre os empregados da Belgo Bekaert, o que garante a produtividade. Na turma da noite, atualmente, não existe mais fiscalização, o que demonstra a conscientização dos profissionais. "As pessoas gostam de trabalhar, somos uma empresa-modelo dentro do grupo", disse.
Quando os patrões indicaram Malaguti para servir em Feira de Santana, ele se perguntou: "Onde será isso?", contou, completando que hoje adora a cidade. Ele aproveitou o pronunciamento para confirmar que a nova planta da empresa, voltada para produzir arames para a região Nordeste, já deverá estar operando no final do ano, fornecendo matéria-prima para a indústria de pneu instalada no estado. Até 2010, deverá atingir uma produtividade de 260 mil toneladas por ano. Neste aspecto, ele observou que a Princesa do Sertão se destaca pela sua localização privilegiada para viabilizar as entregas no Nordeste.
Respondendo ao discurso de Eliana, ele ressaltou que sua ação social no município se deve à presença da Fundação Belgo, que se notabiliza pelo ensino de qualidade, entre outros programas sociais. A fundação tem atuado no sentido de proporcionar cidadania a crianças e adolescentes e consciência ambiental. Entre 2004 e 2005, foram beneficiados 33 mil menores matriculados na rede municipal de ensino.
Apesar de ter-se notabilizado como um pronunciamento leve, não deixou de haver emoção nas palavras de Malaguti. Ele fez uma menção especial à esposa, Vera Lúcia de Freitas Malaguti, que estava sentada na mesa dirigindo dos trabalhos, mas não conseguiu concluir a frase, com a voz embargada ao tentar agradecer à companheira. Ao final do pronunciamento, voltou a arrancar risada dos ouvintes, ao dizer que seria obrigado a pedir folga aos patrões para ir à praia e conquistar uma tez com a cor da Bahia.
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