Ser voluntário é ser cidadão e buscar a cidadania do outro. É cuidar das pessoas e promover o equilíbrio entre o ser humano e o planeta. Esta foi a tônica da palestra A Importância do Trabalho Voluntário, proferida pelo gerente do Centro Goiano de Voluntário (CGV), Wellington Divino Fassa, na tarde desta terça-feira (13), no auditório Jornalista Jorge Calmon, na Assembleia Legislativa da Bahia. O evento fez parte das celebrações da inauguração da sede do Instituto Assembleia de Carinho, ocorrida na manhã de hoje, no anexo Senador Jutahy Magalhães, na ALBA.
A mesa foi composta pelo presidente do Legislativo estadual, deputado Angelo Coronel (PSD); a presidente do Instituto Assembleia de Carinho, Eleusa Coronel; o presidente da Liga Bahiana contra o Câncer, o médico Aristides Maltez Filho; a superintendente das Obras Sociais Irmã Dulce (OSID), Maria Rita Lopes Pontes; a diretora da Organização não-governamental Parque Social, Maria do Rosário Magalhães e a deputada Ivana bastos (PSD).
Coronel abriu o evento confessando sua alegria com o cunho social da cerimônia. Depois de citar o papel de cada integrante da mesa no voluntariado baiano, ele observou que a premissa básica do novo tempo que vive o Legislativo baiano nos 120 dias sob sua direção “é humanizar e levar a Alba para mais perto da sociedade”. Enfatizou a necessidade de se resgatar a credibilidade da classe política, que classificou de vilipendiada com o conturbado momento que passa a vida nacional.
O pessedista reafirmou o seu propósito de “moralizar a Assembleia Legislativa” nos próximos dois anos, para que os deputados da Bahia, “berço do país”, sejam respeitados em qualquer lugar dentro e fora do Brasil que venham a visitar. Também exaltou a importância de Eleusa Coronel para o exercício de sua atividade política nos 39 anos que estão juntos, notadamente nas sete vezes em que saiu vitorioso das urnas – sendo um mandato de prefeito (município de Coração de Maria) e seis de deputado estadual.
A presidente do Assembleia de Carinho começou sua fala citando um provérbio chinês que revela com exatidão o princípio do voluntariado, assim como o espírito que já vem norteando as ações instituto: “Faça feliz quem está perto, que quem está longe virá”.
FAÇA VOCÊ
Eleusa Coronel elencou os convênios e parcerias firmados até então pelo Assembleia de Carinho, a exemplo da Liga Bahiana contra o Câncer, o Grupo de Apoio à Criança com Câncer (GACC), o Instituto Manassés, a Fundação Dr. Jesus, as Obras Sociais Irmã Dulce (OSID) e os abrigos de idosos. Eleusa ainda citou um pensamento de madre Teresa de Calcutá, visando estimular o voluntariado em cada um dos presentes: “Não espere por líderes. Faça você mesmo, pessoa por pessoa”.
O presidente da Liga Bahiana contra o Câncer historiou o trabalho voluntariado no Estado, ressaltando a sua regulamentação na década de 90. Aristides Maltez Filho lembrou de expoentes do voluntariado, como Irmã Dulce, Aristides Maltez, e salientou que “as regras não se sobrepõem ao verdadeiro voluntariado”.
O presidente do Hospital Aristides Maltez disse que é preciso ter cuidado com o papel do estado no voluntariado, e criticou o que chamou de “deformidade” da Receita Federal que possibilitou ao voluntário receber pelo que faz. “Voluntariado não deve receber nada. Ser voluntariado é estar dentro de si com o amor ao próximo”, defendeu. O médico falou do papel desempenhado por cada tipo de voluntário, assistencial, dirigente, egresso, e enfatizou que as entidades filantrópicas não devem esperar verba governamental.
Maria Rita Lopes Pontes disse que falar de voluntariado é voltar à história de Irmã Dulce, e que sua obra se encontra na essência dessa nobre atividade. O conjunto das Obras Sociais irmã Dulce tem 40 mil metros quadrados de área construída, 954 leitos e 120 voluntários.
A superintendente da OSID lembrou de suas andanças com Irmã Dulce em busca da manutenção das ações assistenciais, e do trabalho do grupo Amigas de Dulce, formado por 10 mulheres, com o intuito de mobilizar personalidades da sociedade para construir uma nova unidade hospitalar para portadores de câncer. Chamou o grupo de rede do bem, e que em breve ganhará um site.
INTERAÇÃO
Interagindo bastante com a plateia – formada por prefeitos, vereadores, servidores da Casa e praticantes de voluntariado -, Wellington Fassa começou definindo voluntariado de vários formas. “É algo que incomoda, que mexe. Não é caridade, é cidadania; é ouvir e sentir os outros. Quem tem a mente rica é voluntário. É pensar o coletivo. Quem pensa pequeno, pensa apenas em si próprio”.
Fassa falou da Lei do Voluntariado, nº 9.608/1998, que regulamenta o trabalho voluntariado no Brasil, que se destaca no mundo pela maneira organizada e profissional com que trata o tema. Ele ressaltou que o idoso, “por não ser inútil”, também pode ser voluntário.
O gerente apresentou dados do Centro Goiano de Voluntário, que no ano passado selecionou 1.560 novos integrantes, e destacou que voluntariado é o maior ato de cidadania. Fassa relacionou vantagens em ser um voluntariado e chamou Eleusa Coronel de “poderosa de espírito, de coração”. Ele observou que o futuro está no cidadão voluntário e protagonista, explicando as razões que levam um cidadão a buscar esta prática. “Ser voluntário é sair de dentro de si e ir em busca do outro”, finalizou.
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