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ALBA poderá reverenciar em memorial heróis baianos da Revolta dos Búzios

Publicado em: 02/08/2017 17:32
Editoria: Presidência

A Assembleia Legislativa da Bahia poderá ser o primeiro Legislativo do país a contar com um memorial para reverenciar os heróis da Revolta dos Búzios: os baianos João de Deus, Lucas Dantas, Manoel Faustino e Luiz Gonzaga. Mais: a criar a Comenda Liberdade Revolta dos Búzios, para que a Casa conceda a brasileiros, nato ou naturalizado, que tenham desenvolvido atividades de reconhecimento público em benefício dos baianos e consequente melhoria de suas condições sociais.

Proposta nesse sentido foi apresentada ao presidente Angelo Coronel (PSD), na manhã desta quarta-feira (2), pela titular da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial do Estado (Sepromi), secretária Fábya Reis, do presidente do Grupo Olodum, João Jorge, e assessores. A deputada Fabíola Mansur (PSB), autora dos respectivos projetos de lei, acompanhou os visitantes.

“Trata-se de uma causa de grande relevância para a história da Bahia. Como presidente da Casa do Povo, vou acatar de imediato, para que em novembro, quando se celebra o mês da consciência negra, já tenhamos o memorial instalado na Alba”, destacou Angelo Coronel. O chefe do Legislativo estadual assegurou à comitiva da Sepromi que levaria o pleito ainda hoje para a apreciação da Mesa Diretora.

Autora das proposições na Casa – todas apresentadas no ano passado -, a deputado Fabíola Mansur salientou o contentamento com a receptividade da presidência aos seus projetos, que fazem da Alba uma fonte de inspiração. “Coronel escreve o seu nome na história da luta contra o racismo. Tempo de reconhecer os nossos heróis. Agora vamos lutar para aprovar o projeto na Casa, salientou a pessebista.

Fábya Reis reiterou a importância em reverenciar a memória dos heróis do movimento e lembrou que no próximo ano serão celebrados os 220 anos da Revolta dos Búzios, “um marco da cidadania na história brasileira na Bahia como uma das mais importantes rebeliões urbanas ocorridas em Salvador”.


MESTRE DIDI – 100 ANOS


A secretária falou da intenção dos organizadores do movimento de que, em 2018, os atos alusivos à Revolta dos Búzios na capital baiana combinem com o centenário de nascimento de mestre Didi – 1917/2013. Nascido Deoscóredes Maximiliano dos Santos, em Salvador, mestre Didi foi um escritor, artista plástico e sacerdote afrobrasileiro, que também lutou pela bandeira da liberdade, igualdade e fraternidade.

Presidente do Olodum ficou com a responsabilidade de buscar junto a artistas plásticos baianos a confecção do memorial, e sugeriu a colocação no monumento da bandeira que exalta os heróis da Revolta dos Búzios, atualmente hasteada na Praça da Piedade – que tem as cores da bandeira da Bahia e a frase “Apareça, não se esconda”.

João Jorge citou a celebração do Agosto da Igualdade, para salientar a atualidade dos pleitos. Ele ainda destacou a principal frase entre as muitas escritas em locais públicos de Salvador, durante a revolta, em 1798, também conhecida como Conjuração Baiana. “Animai-vos povo bahiense, que está por chegar o tempo feliz da nossa liberdade, o tempo em que seremos todos irmãos, o tempo em que seremos todos iguais”.

Fabíola Mansur exortou os presentes a trabalhar duro para se fazer justiça aos heróis baianos da também chamada Conjuração Baiana, com a luta da contemporaneidade. E enalteceu o momento vivido no Legislativo da Bahia: “Novo Tempo, Novas Atitudes funciona assim. Coronel também quer reverenciar os primeiros quatro deputados baianos.


REVOLTA DOS BÚZIOS


Também chamada de Conjuração Baiana ou Revolta dos Alfaiates, a Revolução dos Búzios, ocorrida em 1798, na capital baiana, foi um dos mais expressivos movimentos que eclodiram no Brasil, de cunho político e aberto à participação das camadas populares por ideais de mudanças sociais.

As condições sociais e econômicas do Recôncavo baiano foram uma das principais razões para o surgimento da revolta popular. O movimento sofreu grande influência de outras revoltas que aconteciam pelo mundo, a exemplo da Revolução Francesa. Contou com a participação de homens brancos, mulatos, negros livres e escravos.

As principais lideranças foram: João de Deus, Manoel Faustino, Lucas Dantas e Luiz Gonzaga. O médico Cipriano Barata também exerceu grande influência junto à população mais pobre. O comando militar foi do tenente Aguilar Pantoja.



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