O presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), deputado Angelo Coronel (PSD), criticou duramente, na tarde desta segunda-feira (18), o contingenciamento de verbas para as Forças Armadas, programado pelo governo federal para 2018.
O parlamentar destacou que a restrição orçamentária causa imensos prejuízos a programas estratégicos de defesa, bem como a operações de rotina do Exército, Marinha e Aeronáutica, impactando negativamente e de forma direta na segurança da população.
As queixas foram feitas durante uma lotada sessão especial na Alba, dedicada à Marinha do Brasil pela passagem do Dia do Marinheiro, celebrado em 13 de dezembro, proposta pelo próprio chefe do Legislativo estadual.
Angelo Coronel questionou em que medida será o contingenciamento, as consequências ao país, e lembrou que as Forças Armadas perderam 44,5% dos chamados recursos discricionários nos últimos cinco anos. Diz-se preocupado com o reflexo na segurança da população com o que ele chamou de esvaziamento orçamentário das Forças Armadas.
“O Exército terá dificuldade em manter a segurança nas fronteiras e o combate ao desvio de explosivos, muito usado nos ataques a bancos pelo crime organizado. A Aeronáutica reduziu efetivo, paralisou atividades, diminuiu horas de voo e até a interceptação de aeronaves clandestinas está prejudicada. A Marinha fala em desaparecimento de sua esquadra de superfície, face o sucateamento da frota naval. Isso se configura numa vergonha nacional”, disparou, Coronel.
O pessedista chamou a atenção para os riscos à população que traz o afrouxamento no combate ao desvio de explosivos, vez que o Brasil dispõe de 23 mil agências bancárias e 170 mil terminais de autoatendimento, e o uso de explosivos nessa modalidade de crime é crescente no país, inclusive na Bahia. “O contingenciamento impõe às Forças Armadas uma precarização das suas atividades”, disparou.
MATURIDADE FARDADA
Presidente da Alba salientou ser dever do governo federal assegurar um orçamento que garanta a execução de todas as suas atividades de defesa, pesquisa e desenvolvimento tecnológico e de pessoal. Para ele, “um país que pleiteia um assento no Conselho de Segurança da ONU e ser protagonista das discussões e decisões internacionais não pode ser irresponsável com as Forças Armadas.
Coronel elogiou a sabedoria política e o respeito à Constituição da nova safra de oficiais brasileiros, nesse instante de crise econômica, política e moral que passa o Brasil. “Os quartéis têm revelado que a saída para a crise política está na própria atividade política. A inquietação de outrora das casernas nas crises deu lugar a uma maturidade fardada e democrática que enche a população de esperança de um Brasil desenvolvido e com justiça social no futuro”, enfatizou o chefe da Alba.
O comandante do 2º Distrito Naval, vice-almirante Almir Garnier, reiterou a visão constitucional dos militares brasileiros com a crise no país, e elogiou “a sensibilidade do presidente Coronel com o papel da Marinha e sua enfática defesa do aumento do orçamento para as Forças Armadas”.
Comandante Garnier chamou de fantástica a sessão especial da Alba pelo Dia do Marinheiro, lembrando que “há algum tempo não se fazia uma homenagem à Marinha na Casa do Povo”. O militar reafirmou a importância de se cultuar os valores de Joaquim Marques Lisboa, o Marquês de Tamandaré, patrono da Marinha do Brasil, explicando que a Bahia tem a segunda maior Base Naval do país – a primeira é a do Rio de Janeiro.
A mesa de honra contou com a participação do deputado Luciano Simões Filho, da presidente do Instituto Assembleia de Carinho, Eleusa Coronel e de outras autoridades civis e militares, a exemplo do secretário de Segurança Pública, Maurício Barbosa, representando o governador Rui Costa; do coronel José Henrique Kaipper (Aeronáutica), do tenente-coronel Marcelo Batista Oliveira da Silva (Exército), do desembargador Baltazar Saraiva, entre outros.
O capitão Fernando Araújo foi o encarregado de fazer a leitura da mensagem do comandante da Marinha, almirante Eduardo Bacellar Leal Ferreira, bem como a do presidente da República, Michel Temer.
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