Aconteceu, na manhã desta terça-feira (19) no Auditório Jornalista Jorge Calmon, na ALBA, o seminário Meios para Minimizar a Violência do Estado da Bahia, uma parceria da ONG SOS Criança, Família e Reparação e o mandato do deputado Pancadinha (SD). O evento teve por objetivo “propor soluções, através do debate e de vivências, para minimizar as mazelas sociais”, e também em comemoração ao Dia da Consciência Negra, celebrado nesta quarta-feira dia 20, uma vez que o maior contingente da população vítima das violências sociais é de negros.
Segundo o coordenador do seminário e presidente da ONG, professor Rodrighy Costa, o Brasil tem um contingente de 1,1 milhão de jovens negros (com idade entre 14 e 23 anos) vivendo à margem da sociedade, sem escola ou trabalho. Para ele, é preciso haver o comprometimento dos órgãos públicos com o estabelecimento de políticas públicas que minimizem o problema, que passa, fundamentalmente, pelo tripé educação, emprego e moradia.
A violência, prosseguiu, atinge em cheio a população jovem e negra. Apesar dos dados alarmantes, Rodrighy Costa afirma que alguns avanços já foram conquistados na Bahia, como a realização do 1º Festival de Combate ao Juvencídio, que vai acontecer no dia 1º de dezembro na comunidade da Mata Escura. O local foi escolhido porque abriga a Penitenciária Lemos Brito, onde “há 17.000 jovens pretos presos”.
Outro avanço conquistado é o projeto Arco e Flecha, O Elo do Social Para a Vida, realizado em parceria entre a ONG SOS Criança, Família e Reparação e o Ministério Público da Bahia, que beneficia 10 mil jovens da periferia de Salvador. Para Costa, é preciso mais projetos como este e a execução de políticas públicas que acolham os jovens e os tirem da marginalidade.
O juvencídio, por definição, é o assassinato “amplo e impune de jovens”, especialmente negros. Em artigo publicado no site da Coordenadoria Ecumênica de Serviço (Cese), entidade que atua na promoção, defesa e garantia de direitos em todo o país, Gabriel Grabowski diz que, “por falta de segurança e justiça, o Brasil mata seu futuro a bala. Desde 2014 ultrapassamos os 60 mil homicídios por ano, sendo a grande maioria crianças, adolescentes e jovens. A cada 24 horas, 29 crianças e adolescentes entre 1 e 19 anos de idade são assassinadas no Brasil, uma sala de aula inteira morta por dia. A grande maioria das vítimas é negra. E o mais assustador é que, no período de 1980 a 2013, este número cresceu 475%, e segue em tendência de alta”. Comparado com outros 85 países, continua, “o Brasil fica em 3º lugar no ranking de homicídios de crianças e adolescentes, atrás apenas de México e El Salvador, nações que enfrentam sérios problemas de disputa de gangues e cartéis de drogas”.
REDES SOCIAIS