“Revolvendo coisas guardadas, defrontei-me com artigos e matérias de jornal das quais participei e que foram guardadas cuidadosamente por minha mãe, a professora Maria José Trindade Ramos”. Foi assim que nasceu a coletânea Biafra – Como Tudo Começou, com textos de Durval Julio Ramos Neto, que será lançada nesta quinta-feira (28) a partir das 17h, no Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB). Trata-se de uma publicação da Assembleia Legislativa pelo selo ALBA Cultural.
O livro traz 107 artigos publicados pelo Jornal A Tarde ao longo de 56 anos, desde a estreia do autor em 1968. A importância da professora Maria José para a publicação está patenteada no fato dela estar apresentada como coautora. “Observava em silêncio a emoção, paciência, orgulho e muito amor com que D. Zelita, nossa mãe, recortava os escritos”, conta a irmã do autor, em mensagem anexa, revelando como se iniciou a coletânea.
BIAFRA
Durval Julio é formado em direito pela Ufba e tem ampla militância, inclusive sendo eleito presidente da OAB, entre outras funções na ordem. Ele se tornou procurador do Estado, após ser aprovado em concurso público em 1983. Antes de seguir na carreira, iniciou-se na vida profissional na redação coruja do Jornal A Tarde. Era 1966, foi convidado a iniciar no jornalismo pelo editor-chefe Lázaro Guimarães. Tornou-se redator e, já sob a chefia de Octacílio Fonseca, publicou seu primeiro artigo assinado, Biafra – A Paz ou o Fim, razão do título do livro.
O texto sobre a crise humanitária na guerra civil da Nigéria, na região de Biafra, fez sucesso e redundou em todos os textos publicados na página 2 do jornal. Durval se demitiu do jornal assim que se formou em 1970, para se tornar estagiário em um escritório de advocacia. Foi nomeado para o Tribunal de Contas do Estado, onde atuou por sete anos.
O leitor encontrará em Biafra – Como Tudo Começou textos sobre assuntos diversos, como conjuntura internacional, discussões sobre questões judiciárias, sobre a OAB e questões de interesse dos baianos, como a situação ferroviária no estado. Em 1972, escreveu sobre os riscos e os sobressaltos da viagem na lancha Salvador/Mar Grande, comparando com acidentes ocorridos na ocasião em outros locais do país. Quatorze anos depois, escreveria Mar Grande: a ousada travessia, onde conta sua primeira ida a Itaparica a bordo de um saveiro com a sua turma da Ribeira.
REDES SOCIAIS