Segundo Irami Moraes de Siqueira, analista legislativo e coordenador do programa ALBA Verde, a proposta surgiu de uma reflexão sobre a decoração natalina. “Percebemos que poderia haver algo sustentável que inspirasse outras pessoas a replicar isso em instituições, em diversos lugares de Salvador, da Bahia e até do Brasil”, explicou.

A estrutura da árvore foi montada com pneus velhos, pintados de verde, organizados em forma piramidal. Além disso, caixas de papelão descartadas foram transformadas em presentes decorativos, e tampas de embalagens se tornaram bolas natalinas. Siqueira destaca o caráter educativo do projeto: “Dentro das bolinhas, tentamos criar algo lúdico que educasse as pessoas, como os 7 Rs da sustentabilidade, uma das bases do nosso trabalho.”

O coordenador ressaltou que o trabalho foi coletivo, envolvendo diferentes setores da ALBA, como a Superintendência Administrativa e a Assembleia de Carinho. “Foi uma decisão em grupo, sem um artista ou profissional à frente. Foi na base do olhar da equipe do ALBA Verde”, disse.

A produção da árvore não apenas reutilizou quase todos os materiais, como também trouxe um debate sobre sustentabilidade. “A transição para um futuro sustentável é um caminho sem volta. Algumas pessoas ainda preferem a árvore tradicional, mas as primeiras impressões dos servidores foram muito positivas”, afirmou Siqueira.

                                                                                 AMPLIAÇÃO

Criado em 2000 como Reciclalba, o programa foi ampliado e renomeado para ALBA Verde, abrangendo iniciativas que vão além da reciclagem, como educação ambiental e empreendedorismo. Em 2024, o programa reciclou mais de 10 toneladas de materiais, incluindo papel, papelão e garrafas PET, cujas vendas financiam cursos profissionalizantes gratuitos.

Neste ano, o ALBA Verde ofereceu duas formações para o Grupo de Apoio à Criança com Câncer (GACC-BA), em parceria com o Senac e custeadas pela venda do material reciclado. “Nosso objetivo é ensinar ofícios que possibilitem aumentar a renda dos participantes, gerando impacto social”, destacou Siqueira.

A conscientização ambiental, segundo Irami Siqueira, também é trabalhada com servidores da Casa. Entre as ações promovidas estão o uso de recipientes para coleta de tampinhas em parceria com o Castrampinhas, reaproveitamento de café como adubo e oficinas de meio ambiente para estagiários.

“Buscamos sempre inovar e conscientizar as pessoas, com atividades interativas que envolvam e eduquem. O trabalho está em constante evolução, ouvindo sugestões e adaptando as iniciativas para fortalecer o impacto ambiental e social do programa”, concluiu o coordenador.