A deputada Fabíola Mansur (PSB) apresentou, na Assembleia Legislativa, moção de aplausos ao cartunista Cau Gomez, da equipe do Jornal A Tarde, por receber o Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, na categoria Arte, na última terça-feira (29), em solenidade realizada no Teatro Tucarena, da Pontifícia Universidade Católica (PUC), em São Paulo.

“O merecido prêmio é um reconhecimento pela criação da charge ‘A Cultura do Estupro’, publicada no jornal A Tarde, que faz uma crítica ao polêmico projeto de lei que tramita no Congresso Nacional, equiparando o aborto, mesmo em casos de violência sexual, ao crime de homicídio. A magnífica ilustração de Cau Gomez foi reconhecida pela habilidade técnica e também pelo forte apelo sobre um tema de extrema sensibilidade e impacto social”, descreveu Fabíola Mansur.

De acordo com a deputada, o papel do jornalismo e das artes visuais nas pautas de direitos humanos é de grande importância e o artista visual Cau Gomez é um destacado profissional da área, talentoso e fiel ao compromisso de informar e levar o público a refletir. Na moção, a legisladora transcreve a fala do chargista a respeito da obra premiada: “É desgastante, você percebe que a sociedade fecha os olhos, ignorando os números de abusos e violência contra a infância, o pior de tudo”, afirmou.

O Prêmio Vladimir Herzog de Jornalismo e Direitos Humanos (PVH) reconhece profissionais – jornalistas, repórteres fotográficos, escritores e artistas do traço – e veículos que se destacam na defesa dos direitos humanos, da democracia e da cidadania. Esse ano, quando o golpe militar de 1964 completa 60 anos no país, a comissão organizadora da 46º edição do evento decidiu homenagear três grandes personagens da história recente do país: Margarida Genevois, Ziraldo (in memoriam) e Luiz Eduardo Merlino (in memoriam).

Na cerimônia em que recebeu o troféu e o certificado das mãos da gerente de imprensa da Petrobras (patrocinadora do Vladimir Herzog), a jornalista Paula Almada, Cau Gomez prestou uma homenagem ao cartunista, chargista e escritor Ziraldo, falecido em abril deste ano, de quem era amigo, registrou a deputada. Ela citou ainda que foram contemplados com o Prêmio Especial, na mesma edição, as jornalistas Flávia Oliveira e Gizele Martins, e a Rede Wayuri de Comunicadores Indígenas do Rio Negro.

Cau é mineiro, radicado na Bahia desde os anos 90 – suas três décadas de morada na capital baiana foram celebradas, no início desse ano, com uma exposição que reuniu cartuns, charges e caricaturas do artista, publicadas em jornais como o A Tarde, o Estado de São Paulo, o Courrier International de Paris, Le Monde Diplomatique e dezenas de revistas. “Meus aplausos de pé para Cau Gomez, criadores e todos os participantes deste importante prêmio”, finalizou Fabíola Mansur, solicitando à Casa que encaminhe a homenagem ao cartunista, ao Jornal A Tarde e ao Instituto Prêmio Vladimir Herzog.