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Sessão da CPI tem momentos de tensão no depoimento de ontem

Publicado em: 18/08/2005 09:56
Editoria: Diário Oficial

 
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Em uma sessão bastante movimentada e marcada por alguns instantes de tensão, a CPI dos Combustíveis, instalada na Assembléia Legislativa para apurar indícios de sonegação, adulteração e cartelização, ouviu ontem o empresário Gabriel Benigno, ex-presidente do Sindicombustíveis. Antes mesmo do depoimento, houve uma série de questões de ordem para debater a reconvocação da mãe do empresário, Maria Nívea Tavares do Rosário, que não compareceu ontem. Depois de muitos debates, ficou acertado que Gabriel Benigno enviaria dentro de, no máximo, sete dias uma lista de documentos solicitados pelo colegiado sobre as transações feitas entre a empresa de seu pai, Edival Benigno, e Osmar Torres Júnior e, assim, os parlamentares evitariam uma nova convocação de sua mãe, ficando tal procedimento para posterior análise.

Apesar de os momentos de maior confronto terem ocorrido quando o presidente do colegiado, deputado Targino Machado (PMDB), inquiriu o depoente, o clima já começou a esquentar logo nas perguntas iniciais do relator Gilberto Brito (sem partido). Normalmente cortês no trato, o relator se impacientou quando fez alguns questionamentos sobre o conhecimento de Gabriel Benigno acerca do funcionamento do mercado e esse se negou a responder, declarando não ter informações, principalmente quanto à adulteração de combustíveis. "Parece que a síndrome do esquecimento nas CPIs é o novo mal que assola o país", frisou, referindo-se aos depoimentos que ocorrem nas CPIs do Congresso Nacional.

O clima esquentou de vez quando Targino Machado questionou o depoente. Depois de relatar as diversas negociações entre as empresas de Edival Benigno, pai de Gabriel, e as de Osmar Torres Júnior, o parlamentar afirmou que os dados apresentados pelo depoente não correspondiam à realidade. "O que o senhor está falando não é o espelho da verdade", acusou o deputado após ouvir os valores envolvendo fazendas, bois e postos de combustíveis dos dois empresários. Nesse instante, Francisco Bastos, advogado de Gabriel, tentou intervir no andamento da sessão. Após algumas ponderações de Yulo Oiticica (PT), que estava no momento presidindo a sessão, ele se acalmou e ficou sentado ao lado de seu cliente.

Apesar do tom incisivo, Targino fez questão de declarar que "nunca ouvi falar que o senhor Edival Benigno praticasse ilícitos. Sempre tive uma imagem muito boa dele, mas as más companhias estão tirando a imagem positiva de sua empresa junto ao mercado."

Gabriel Benigno garantiu que os negócios da empresa de seus familiares com Osmar Torres Júnior "são apenas pontuais" e negou qualquer relação societária de "qualquer espécie" com o empresário. "Não freqüento a casa dele e nem ele a nossa. Nossa relação resume-se apenas a algumas negociações comerciais", garantiu.

REUNIÃO

A CPI dos Combustíveis volta a se reunir hoje, extraordinariamente, para ouvir o depoimento de Cláudio Henrique Boaventura Carneiro, sócio de Osmar Torres Júnior. A sessão deverá começar 10 minutos após o encerramento da sessão ordinária no plenário.



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